A sonegação fiscal uma prática comum no meio empresarial
brasileiro e o que muitas vezes não se percebe é que o “ônus” é sempre maior do que o “bônus”.
Estamos em um país onde o jeitinho acaba frequentemente virando regra e acontece o absurdo, ou
pelo menos deveria ser tratado assim, de empresas operarem com transações
informais, é a tal da sonegação fiscal. É fato que a maioria as organizações deste
país, em maior ou em menor grau, operam desta forma.
Os motivos mais comuns são a alta carga tributária, concorrência
acirrada, a burocracia e principalmente o desejo de sócios-administradores de
lucrarem a qualquer custo.
Não quero ser defensor do governo e a questão aqui não é o
que o governo faz e o que deixa de fazer com os tributos que nós suamos tanto
para pagar, e menos ainda avaliar as práticas legislativas que impõem a cada
dia centenas de instruções normativas, leis, decretos e etc., relacionados à
área fiscal e tributária. Sou veemente contra a postura de destes falsos administradores, pois além de ser
crime, desregulam o mercado, prejudicam os verdadeiros administradores que
tentam levar o negócio com retidão, prejudicam os próprios funcionários, visto
que frequentemente é com os funcionários que eles decidem “economizar”, não
cumprindo com as obrigações trabalhistas e prejudicam a própria empresa ao
assumir altos riscos desnecessariamente. Tanto pelo risco de fiscalização
quanto pela falta de controles gerenciais (este que será tema do meu próximo
tópico).
Os problemas vão muito além do que se imagina, quer um
exemplo? Imagine como este falso
administrador poderá exigir lealdade e honestidade dos funcionários sendo
que ele não é honesto com o mercado onde atua.
Em médio prazo eles começam a sentir os efeitos da negligência
e surgem as reclamatórias trabalhistas com as altas cifras de indenizações, as
fiscalizações, as multas, as dificuldades em obter as certidões de regularidade
fiscal (que são exigidas para diversas operações e por diversos clientes), a dificuldade
em obter crédito junto a instituições financeiras e a dificuldade de gerir o
negócio pela falta de controle. O próximo passo é a empresa passar a vender a
produtos e serviços por valores pífios, numa tentativa desesperada de formar
capital de giro, assim também deixam de fazer investimentos importantes, perdem
mercado, perdem bons clientes e a empresa vai à falência. Depois disso o falso administrador e os sócios terão
que responder até o limite de suas responsabilidades pelas dívidas da empresa e
terão seus nomes negativados junto a todos os credores até a total quitação.
Acredito que todos que atuam ou atuaram em alguma área da administração
já viram isso acontecer, e que muitos, assim como eu, já tiveram a infelicidade
de trabalhar em empresas deste tipo. A vocês tenho apenas uma coisa a dizer:
Sigam firme nos seus valores morais e procurem outro emprego imediatamente.
Se você é um destes falsos administradores, reveja os seus valores morais aplique na
sua empresa e torça para não ser tarde demais. Se der certo, poderás contribuir
para a perenidade dela.
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